06 junho 2007

Bush a favor da democracia e dos direitos humanos. Não, não é piada.

Hoje li no ABC (jornal de direita espanhol que eu estou essa semana distribuindo, em mais um dos meus fantásticos mini-empregos) a seguinte notícia: "Bush replica a Putin con duras críticas por hacer descarrillar las reformas en Rusia". Bush participou de um encontro promovido por Aznar (pra quem não conhece o homem, é ex-presidente da Espanha do Partido Popular - partido de direita - que entre outros contos de fadas, levou soldados pro Iraque atrás das tais armas... bom essa parte o Bush o Blair já tentaram explicar) para falar de democracia e segurança, um encontro que pretende homenagear os comprometidos com o reclamo da democracia frente aos governos que a negam.

Parece que o discurso de Bush foi desses históricos e segundo o jornal "hizo una encendida defensa del derecho a la libertad y la democracia para todos los seres humanos".

Segundo o tal presidente (alguém se lembra das controvérsias sobre os resultados de sua eleição?) o principal legado de seu segundo mandato será a promoção da democracia no mundo. Sinceramente, começo a acreditar que esse homem é criativo. Primeiro pela fantástica mudança de discurso. A guerra no Iraque não é mais uma guerra promovida pela presença armas de destruição em massa, químicas ou as enormes variações que houveram no motivo da mesma, nem seu governo quer ser o grande símbolo da luta contra o terrorismo. Agora o lobo mau quer virar a chapeuzinho e dizer que a intenção estadounidense é defender e promover a democracia no mundo. Eu quase me emociono. E me pergunto se com o número de baixas no Iraque vão sobrar cidadãos pra construir essa tal de democracia.

O tal presidente, aparentemente eleito, fez duras críticas às reformas de Putin (que esses dias andou ameaçando a Europa com apontar seus mísseis e por aqui já se fala da possibilidade de uma nova Guerra Fria) e ao governo Chinês (que deve estar mesmo incomodando os Estados Unidos com o crescimento da economia frente a paralisia yankee) mas quando perguntado sobre seu apoio ao Egito, Arábia Saudita e Paquistão ele disse que esses países sendo aliados fazem esforço para a abertura democrática e que Estados Unidos seguirão pedindo esse esforço. "América pode manter a amizade com um país e seguir pedindo ao mesmo tempo que se democratize", nas palavras do próprio presidente. Pros amigos a gente pede, os inimigos a gente invade. E a definição de amigo e inimigo quem dá sou eu conforme interesses excusos. Adoro esse presidente.

Vou terminar com uma declaração que de verdade me fez cair em lágrimas:
"Más valioso que las armas es la libertad como expresión universal, garantía de los derechos humanos".

De fato, as nossas ditaduras patrocinadas que o digam, os Cubanos embargados que o digam, os presos de Guantanamo que o digam, os Iraquianos y Afegãos (que super resultado democrático o dessa guerra) que o digam. E que os Estados Unidos algum dia aprendam a lição que aprendi com a mamãe quando era bem pequenininha: a liberdade de um termina onde começa a do outro.

Um comentário:

fernando mejia disse...

Tres características básicas para ser declarado territorio enemigo:

a. Debes estar indefenso
b. Debes ser importante para justificar el esfuerzo (petroleo?).
c. Tener características que le permitan al gobierno estadounidense presentarte como terrible peligro para la humanidad (te gusta el té y el cordero?)

Y listo!...


Prstado a: Noam Chomski.