27 abril 2007

Vou-me embora pra Pasárgada?

"Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei"

Se caem os reis,
se se fazem ruínas as camas,
se Pasárgada já não está?

Minha Pasárgada eu sei, não se conjuga no pretérito de vir,
nem no futuro de regressar,
se conjuga na pretensão do verbo ir,
na projeção do existir
e na hipótese de chegar.




Fazendo as contas...

Do mestrado:
- 6 matérias em andamento (outras muitas já completadas)
- 9 trabalhos finais a entregar
- Média de leitura semanal (pedida e não completada): 200 páginas
- A data do fim? (do primeiro ano) 18 de junho

Do trabalho (intelectual e braçal x semana):
- 22 horas de aula
- 18 horas de trabalho na universidade durante a semana
- 20 horas de trabalho no fim de semana
Total:60 horas
Faltando: horas de leitura e de realização dos trabalhos do mestrado

Gastos (mensais):
- 350 euros de aluguel
- 50 euros de gastos com luz, água, gás e telefone
- 100 euros de mercado
- 10 de celular (sim sou pré pago pai de santo)
- 30 euros de cópias (imagina o quanto eu to lendo)
- 60 euros de transporte
- 0 euros da breja

Alguém bom de matemática faz as contas, monta as derivadas e me passa a cola com a reolução do problema?????

25 abril 2007

Há 6 meses (em 9 de maio) eu não

Plageando o blog de um quase irmão que também esteve viajando (por 3 meses) e há muito pouco voltou à "pátria amada idolatrada, salve, salve" deixo aqui uma listinha pra lá de saudosa:

Há 6 meses eu não:

  • como requeijão
  • nem sei o que é catupiry
  • vou pra um samba decente, ou um forró, ou um samba-rock, ou qualquer uma das "baladas" que eu de fato curto fazer
  • ponho o pé descalço na terra
  • pago menos de 6 reais (convertendo) num suco de laranja (imagina tomar um suco de melancia)
  • como carne decente (carne, hein?)
  • vejo um jogo do Timão na TV
  • ando de Havaianas fora de casa
  • dirijo
  • tomo uma breja gelada num boteco (e chamo breja de breja)
  • brigo com meus irmãos
  • vou andar na Paulista
  • tomo banho de cachoeira
  • tenho lojas 24 horas à disposição
  • xingo quem corre no Ibirapuera às 11 da manhã
  • como pão francês
  • vou pra Vila Madá
  • como porcarias deliciosas: coxinha, risolis, bolinha de queijo, pastel de feira, caldo de cana...
  • pego inundação na Marginal
  • ando mais de 30 kilometros dentro da mesma cidade
  • ganho beijo de boa noite da mãe e do pai
  • escuto: pamonha, pamonha, pamonha. Pamonha de Piracicaba...
  • tomo banho de mar (bom esse faz mais de 6 meses)
  • enfrento a feira da rua de casa
  • passo calor
  • falo no diminutivo: tomar um cafézinho, dar uma voltinha, comer um negocinho, dar uma ligadinha, rolar uma festinha, tomar umazinha... (exceção: Ronaldinho)
  • vou pra algum lugar de nome bizarro (como Ibitipoca, Delfinópolis e companhia)
  • reticências (...)

Deu pra ter uma idéia?

18 abril 2007

Marrocos I - o overview da viagem

Com todas as impressões possíveis voltei do Marrocos. Impossível fazer uma viagem pra um mundo tão distinto sem voltar sentindo-se algo diferente. Impossível não perceber os olhos cheios das tantas cores, o nariz sensibilizado pelos cheiros que invadem as ruas das Medinas e o estômago revolto.

Os olhos começaram maravilhados por Chaouen. Em alguma poesia deveriam escrever sobre essa cidade que veste a cidade de azul e branco pelo céu e pela água, que pinta suas casas na véspera da festa do profeta, com gentes tão distintas e amáveis que te convidam para tomar chá de menta em qualquer momento, por arábes que contam histórias de mundos difíceis e imaginar

Dois dias depois partíamos para fez, eu feliz, com o mundo a ser descoberto na primeira cidade imperial do país e com o fato de o Marrocos ter fruta boa e barata como a nossa, de tomar café da manhã com suco de laranja (com bananas ou morangos), pão quentinho, torradas e mel.

Fez foi o encontro dos olhos maravilhados, o nariz reativado (imaginem a alérgica na loja de especiarias) e o estômago revolto (explicado em capítulo a parte). Fez tem uma medina do século 9 e o "bairro novo" é do século 14. A medina tem 18 portões (acho), 9000 ruas e 200 bairros. Sim, temque visitar com guia. Um guia simpático que em inglês marroquinho ía contando a história da cidade, mostrando a primeira universidade do mundo, me convencendo de que tudo foi inventado pelos árabes (teoria da Acácia confirmada na viagem).

As maiores impressões no entanto não vinham das palavras do guia, se não dos olhares e das reações das pessoas. Mulheres que se escondiam das câmeras fotográficas, homem que comiam com os olhos as turistas "desnudas" caminhando pelas ruas, os gritos de "sai da frente" quando um homem comandando um carro com mula passava pelas ruas da medina (as mulas, se param, demoram a voltar a andar), as negociações intermináveis e incansáveis com cada vendedor, os olhos de cada artesão, o cheiro e o sabor de cada comida...

O guia foi insuportável e nos levou em cada lojinha comissionada que pode, mas isso fica para um capítulo a parte.

A quarta feira foi um desastre bem acabado. Acordamos e no ônibus descobriram que tinham esquecido 3 atrasadas no hotel, enquanto essas chegavam uma quarta desmaia e atrasa a viagem por mais uma hora e meia. Enquanto as três atrasadas nos encontravam e a desmaiada ía para o hospital descobrimos que a estrada que levava à cidade a que íamos estava danificada porque havia nevado e muito. Mudança de planos íamos pra outra cidade.

Chovia torrencialmente e fazia um frio de gelar o último pelo do ... (corpo), quando chegamos à Volubilis. Capital do Império Romano no Norte da África, uma das ruinas mais conservadas do mesmo império. Ao pisar no meio da cidade romana, um arrepio na espinha que não era causado pela chuva ou o frio. A sorte de estar perto de um historiador, e a sensação de andar no tempo já existente pela medina de Fez se intensifica. Indescritível, indiscutível e inegável. Volubilis foi o dia de sorte da viagem, com todos os contratempos do mundo.

Finalmente chegamos última cidade, Asilah, que é linda, mas de praia, cá entre nós, a Bahia entende muito mais... assim que a deixo com um único comentário, a praia era linda, mas estava tão suja que me dava medo de por o pé no chão.

Post (in)devido

Faz tanto tempo que eu não "posto" no blog que estou me sentindo mais em dívida que se tivesse a conta no vermelho. E tem tanto assunto que também não sei por onde começar e só de pensar em começar dá uma preguiça...

Assim que resolvi que vou postar em pequenas edições ao longo dos dias ou das horas conforme mandar a minha paciência. Aviso que meu mau humor tem me assolado nos últimos dias derivado de um cansaço derivado de um sistema infernal de trabalho que eu me arranjei para poder pagar o aluguel (e poder usar essa frase sem que seja mentira), levar pra casa o leitinho das crianças (considerando criança este ser humano que ultimamente subesiste:eu) e manter a conta fora do vermelho (em euro, que é fo...). Confesso também que tenho ótimas desculpas para a ausência blogueira como a viagem pro Marrocos e o sistema infernal de trabalho. Mentira, somados os empregos agora eu passo 38 horas da semana (20 delas no fim de semana) obrigada em frente a um computador fazendo nada ou quase nada, levando o leitinho das crianças.

Não postei por falta de paciência com o mundo.

Pra tornar este inútil post útil fica o endereço do flickr com fotos novas: www.flickr.com/photos/tatibertolucci

E assim fica e por aí vai