Bush a favor da democracia e dos direitos humanos. Não, não é piada.
Hoje li no ABC (jornal de direita espanhol que eu estou essa semana distribuindo, em mais um dos meus fantásticos mini-empregos) a seguinte notícia: "Bush replica a Putin con duras críticas por hacer descarrillar las reformas en Rusia". Bush participou de um encontro promovido por Aznar (pra quem não conhece o homem, é ex-presidente da Espanha do Partido Popular - partido de direita - que entre outros contos de fadas, levou soldados pro Iraque atrás das tais armas... bom essa parte o Bush o Blair já tentaram explicar) para falar de democracia e segurança, um encontro que pretende homenagear os comprometidos com o reclamo da democracia frente aos governos que a negam.
Parece que o discurso de Bush foi desses históricos e segundo o jornal "hizo una encendida defensa del derecho a la libertad y la democracia para todos los seres humanos".
Segundo o tal presidente (alguém se lembra das controvérsias sobre os resultados de sua eleição?) o principal legado de seu segundo mandato será a promoção da democracia no mundo. Sinceramente, começo a acreditar que esse homem é criativo. Primeiro pela fantástica mudança de discurso. A guerra no Iraque não é mais uma guerra promovida pela presença armas de destruição em massa, químicas ou as enormes variações que houveram no motivo da mesma, nem seu governo quer ser o grande símbolo da luta contra o terrorismo. Agora o lobo mau quer virar a chapeuzinho e dizer que a intenção estadounidense é defender e promover a democracia no mundo. Eu quase me emociono. E me pergunto se com o número de baixas no Iraque vão sobrar cidadãos pra construir essa tal de democracia.
O tal presidente, aparentemente eleito, fez duras críticas às reformas de Putin (que esses dias andou ameaçando a Europa com apontar seus mísseis e por aqui já se fala da possibilidade de uma nova Guerra Fria) e ao governo Chinês (que deve estar mesmo incomodando os Estados Unidos com o crescimento da economia frente a paralisia yankee) mas quando perguntado sobre seu apoio ao Egito, Arábia Saudita e Paquistão ele disse que esses países sendo aliados fazem esforço para a abertura democrática e que Estados Unidos seguirão pedindo esse esforço. "América pode manter a amizade com um país e seguir pedindo ao mesmo tempo que se democratize", nas palavras do próprio presidente. Pros amigos a gente pede, os inimigos a gente invade. E a definição de amigo e inimigo quem dá sou eu conforme interesses excusos. Adoro esse presidente.
Vou terminar com uma declaração que de verdade me fez cair em lágrimas:
"Más valioso que las armas es la libertad como expresión universal, garantía de los derechos humanos".
De fato, as nossas ditaduras patrocinadas que o digam, os Cubanos embargados que o digam, os presos de Guantanamo que o digam, os Iraquianos y Afegãos (que super resultado democrático o dessa guerra) que o digam. E que os Estados Unidos algum dia aprendam a lição que aprendi com a mamãe quando era bem pequenininha: a liberdade de um termina onde começa a do outro.