Alívio
Sinto falta de suspiros.
Não quero suspiros românticos de adolescentes sonhadores.
Quero um suspiro tropego. Tremulo.
Quero um suspiro que doa pra sair.
Que esvazie o pulmão até que se junte as paredes, comprima os alvéolos
e o ar não possa mais passar nem pra entrar nem pra sair.
Um suspiro que me pressione o coração
até que átrios e ventrículos se confundam entre si
e enganem-se as batidas.
Que me faça sentir murcha, vazia, enrugada.
Quero um suspiro que me tire de mim de tal modo
que eu sinta que nada tenho a dar a mundo.
E a pressão desse vazio
esmigalhe meus ossos até que virem
cinzas.
E meus olhos saltem
das maçãs murchas do rosto
secas
E faça engolir a língua,
implodir os dentes e
calar a fala.
Os ossos da coluna
espremam a medula
imóvel.
Que me
sucumba.
Em pó.
Não quero suspiros românticos de adolescentes sonhadores.
Quero um suspiro tropego. Tremulo.
Quero um suspiro que doa pra sair.
Que esvazie o pulmão até que se junte as paredes, comprima os alvéolos
e o ar não possa mais passar nem pra entrar nem pra sair.
Um suspiro que me pressione o coração
até que átrios e ventrículos se confundam entre si
e enganem-se as batidas.
Que me faça sentir murcha, vazia, enrugada.
Quero um suspiro que me tire de mim de tal modo
que eu sinta que nada tenho a dar a mundo.
E a pressão desse vazio
esmigalhe meus ossos até que virem
cinzas.
E meus olhos saltem
das maçãs murchas do rosto
secas
E faça engolir a língua,
implodir os dentes e
calar a fala.
Os ossos da coluna
espremam a medula
imóvel.
Que me
sucumba.
Em pó.
Um comentário:
Vixi! Eita!! Adorei o texto.
Grande beijo
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