13 novembro 2007

Nenhum sistema é a prova de seres humanos

Quanto mais leio e re-leio sobre a glolbalização, o desenvolvimento, os novos (?) socialismos, a esquerda (?) do século 21, os movimentos sociais, o terceiro setor, as elites e as classes operárias, os movimentos étnicos, enfim, quanto mais leio, mais chego a conclusão de que nenhum sistema é a prova de seres humanos e que toda boa iniciativa será corrompida. Frente a isso penso que o problema do mundo é um problema simples de valores e que só será resolvido quando provemos que o ser humano é capaz de mudar. E essa é a parte difícil, por um motivo simples, não me lembro de época no mundo em que a ganancia e o ter poder (que já foi ter terra, ter meios de produção e agora é ter dinheiro aplicado em capital financeiro) não justificassem qualquer tipo de ação. Por certo a idéia de progresso linear acompanhado do passar do tempo veio abaixo, ou vai dizer que o ser humano evoluiu desde a idade média. Não estou falando de tecnologia ou ciência, estou falando do ser humano. Nunca houve tanta pobreza, tanta concentração de riqueza, tantos mortos de fome e tantas guerras (escondidas baixo nomes mais bonitos ou não). O subcomandante Marcos (por favor, Zapata vive) chama o neoliberalismo de IV Guerra Mundial (a Fria foi a terceira) e deve ter razão, porque a nova ordem mundial traz velhos resultados, resumidamente, mortos e semi mortos.

Frente a toda essa crise de crença na humanidade (digamos em um ambito macro) e uma crise existencial profunda (quem não a teria frente a quadro tão catastrófico) resolvi provar para mim mesma que SIM o ser humano pode mudar e que a consciencia não é a sua condenação à infelicidade se não que a maior arma para transformação (salve Paulo Freire). Por isso me propuz pequenos e simples atos de mudança (começados pelo grande ato de abandono de uma vida rs) e se consigo me manter firme neles acreditarei que o ser humano consciente pode mudar, por isso, deixo aqui uma lista importante:

1) Consciente da minha probabilidade genética à diabete e fazendo um grande esforço já que não exista nada no mundo como um chocolate, prometo a mim mesma comer doces apenas de fim de semana (era uma prática diária) e em quantidades aceitaveis (o que significa não comer toda a lata de leite condensado transformada em brigadeiro entre o sábado e o domingo).

2) Contra o capitalismo neoliberal transnacional, a celulite e a gordura localizada (e em épocas de globalização, porque não falar também da gordura globalizada) parei de tomar refrigerantes e especialmente COCA COLA. Também pararei de comer no Mc Donalds e
no Burger King (mas o hamburguer seguirá sendo parte da exceção da minha dieta).

3) Consciente de que a linguística também é forma de dominação e colonialização do pensamento utilizarei cada vez menos palavras em inglês no meu vocabulário. O primeiro passo, deixei de ser mercadóloga (já ía escrever marketeira).

4) Não pararei de roer unha! Se você não acha que isso é um ato de resistencia entenda que as unhas compridas são um símbolo da sexualidade feminina, ou seja, uma questão de genero e machismo, pelo qual eu resistirei, sem perder a minha identidade glocal, fragmentada e pós moderna.

5) Porque alguma resposta estará no sagrado, meditarei pelo menos 3 vezes por semana.

6) Aguardo sugestões ainda que não existam leitores (porque ter esperança também é resistir).

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