do fim do medo
eu sempre tive, ou pelo menos há seis anos tinha, um enorme medo. de fato, se alguém me perguntasse meu maior medo, eu responderia um: medo da morte do pai. e por fim, no último mês esse medo tão temível tomou data, forma, cor, tamanho, rosto, evento. o medo tão temível teve fim, porque virou verdade. ao contrario porém do que se possa pensar, o fim do medo não traz alívio. o que sobra no fim do medo? um vazio enorme que rapidamente o seu ser se ocupa em ocupar. ocupar com outro medo, que esse espaço estava destinado a isso mesmo e não se pode, na biologia concreta das células do ser, mudar o seu fim. um medo maior que resulta do crescimento de um medo já existente e eu acredito que seja comum a todo ser humano: o temível fracasso (o medo do fracasso, na minha opinião só acaba quando se morre, porque mesmo fracassados podemos fracassar mais). e o temível medo do fracasso cresce com a verdade do fim do outro medo. não há mais resgate, conselho, socorro, não há porto seguro, meu pai não pode ser meu salva vidas do lado da morte. a única esparança a agarrar-me é que sua vida, já vivida, seja capaz de salvar-me.
2 comentários:
Me lembro bem desse teu medo, Ta, o que me emocionou muito ao ler a postagem. Estou certo de tua coragem, tuas forças e tuas vitórias! Sempre às ordens...
Teu pai deixou o Porto Seguro Nosso lar,não é o mesmo sem ele mas é o nosso lar, nosso porto seguro. Eu ainda estou frágil mas enfrento qualquer tempestade pra manter este porto seguro, pois o amor que nele existe nunca morrerá
Cilânia
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